Cada região ou comunidade tem suas lendas, costumes
entranhadas e as vezes passam desapercebidas, mas que são a verdadeira
fonte que forma a personalidade de um povo e somado a outros fatores
como colonização, língua, gastronomia e outros acaba entrosando e
miscigenando tudo em uma só palavra “Nação”. A Região das Missões
Jesuíta é rica em costumes, crenças e lendas, como a Origem da Cruz de 4
Braços ou pedra Itacuruacir que nos aproxima de Deus ao ser perdida
tanto que na verdade ela compreendia quase todo o estado do Riogrande,
com exceção da região de Pelotas e Rio Grande de onde partiram os
europeus para guerrear pelo Império contra os Missioneiros e este povo
também contribui-o para a soma dos fatores que fazem do “Gaúcho um Raça,
uma Nação”. Por exemplo temos em São Borja Maria do Carmo, Santa
Missioneira e Profana, da Terra dos Presidentes, em Santo Ântonio das
Missões temos as histórias da Lenda da Figueira; Santo dos Tropeiros,
Uma Janelinha do Céu nas Missões ou Chapéu de Santo Antônio, na Buena
Terra Missioneira Bossoroca o Cemitério dos Cativos a Lenda da
Bossoroca e as histórias incriveis das Taipas de Pedra na região. Como
se faz um fantasma em Giruá com O Delator de Artur Arão, em Eugênio de
Castro tem a Lenda Lagoa da Mortandade - Lagoa do Chaine um lugar lindo e
Lenda do Tridente que uniu os Maragatos e Ximangos.
Em Sete de Setembro
tem Lenda Noiva de Sete de Setembro; O Sino De Sete, Se Toca Por Um,
Morrem Três, já São Paulo das Missões tem a Lenda Segredo entre Mãe e
Filho terra de orquidários com a Lenda da Orquídea, Roque Gonzales
Lenda Cerro do Inhacurutum e Porto Xavier nos trás história que
atravessam fronteiras como a Lenda do Monge e o Cerro Pelado; Cruz de
Pau Ferro, Lenda Peixe Dourado e lugares lendários como a Gruta de Todos
os Santos e o Espelho do Monge o Patrimônio Histórico da Humanidade em
São Miguel das Missões tem Lenda da Cruz de Caravaca, Lenda da M’boi
Guaçu - Cobra Grande de São Miguel e suas marcas negras pela torre nas
ruínas e bem como ali pertinho a Anti-homendagem JAZ e Sua Justiça.
Nesta terra onde nasce a raça chamada Gaúcha temos por si só todos os Mistério do Chimarrão e a Lenda Da Erva Mate, tudo o que envolve o que envolvem o Chimarrão em um roteiro, isso sem falar na mais bela lenda do Brasil O Negrinho do Pastoreio acompanhada do Boitatá - Protetora do Pampa Contra Incêndios, Lenda do Vinho, Lenda de Hortelã ou Lenda Alecrim. Em Santo Ângelo o Ritual do Anjo da Guarda Missioneiro e o Ritual da Lua Cheia e a Pitangueira que nos abençoam com uma verdadeira herança de cultura e se espalha por toda a Região Missioneira. Uma História de Ninar Indígena Sobre a Lua Cheia.
Lendas, um tema que sempre suscita interesse. Elas povoam o imaginário dos homens desde o berço, quando os bichos-papões e os homens-do-saco cruzam a infância e só se desalojam da cabeça na adolescência. Se bem que, nessa idade, tomam lugar no imaginário outros vultos como o lobisomem e os vampiros.
Todos os povos têm suas lendas. Elas fazem parte da
tradição de cada povo e traduzem, em última análise, sua cultura. E, em
que pesem as diferenças raciais ou geográficas, a lenda não difere, em
sua conceituação, aqui ou acolá.
Lendas missioneiras seriam aquelas que trazem em si figurações, paisagens, hábitos e costumes, tradições, tipo humano, crenças, circunstâncias e religiosidades encontradas especificamente na região dos antigos povos das Missões Jesuíticas da Província do Paraguai, que abarcava territórios hoje da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Principalmente na Argentina e no Paraguai, as lendas que têm origem nas Missões Jesuíticas são numerosas, muito significativas, e bastante divulgadas por autores desses países. No Rio Grande do Sul, a lista de lendas missioneiras também não é pequena. O historiador Aurélio Porto registrou um momento em que as histórias fantásticas do imaginário missioneiro eram transmitidas da forma tradicional, a oralidade. Ele conta:
– “Na velha aldeia de São Nicolau, junto à
terra natal, ao cair das tardes, de um rancho solitário, que se
esboroava, subiam sons harmoniosos e doces de uma rabeca, como se fossem
de um órgão longínquo vibrando músicas religiosas. Era o velho João
Rabequista, índio centenário das Missões que tocava ainda, e nos contava
as lendas missioneiras de santos milagrosos e de virgens santas que
velavam os nossos sonhos e acariciavam, à noite, os nossos cabelos…”
Esse é o momento supremo da lenda que, como a conhecida história do
Lunar do Sepé, ou A Lenda de Sepé Tiaraju, é transmitida de geração em
geração pelo canto, pela trova, pela narrativa ao pé do fogo de chão dos
galpões de estância, ou dos ranchos perdidos nos fundos dos campos
missioneiros. E assim elas sobrevivem, rebrotam, florescem às vezes com
tintas um pouco diferentes, mas sempre cheias de mistério e colorido
próprio.
Uma amostragem breve de lendas missioneiras servirá para
ilustrar essa página da cultura das Missões. São lendas muito próximas
da cultura local e, às vezes, desconhecidas. Fiquem ligados nas
postagens em minhas redes sociais nas próximas semanas , onde irei
postar aqui de forma individual, as lendas que compõem esta cultura de
riqueza imensa e fazem parte da história do povo missioneiro. E que
atravessa gerações por toda sua história, que não merecem que sejam
apagadas de nossas memórias. Uma chama histórica que vive até hoje.
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